quinta-feira, 10 de novembro de 2016

[Resenha] Duff - Kody Keplinger

Autora: Kody Keplinger
Editora: Globo Alt
Páginas: 328
Classificação: 4.5/5 estrelas
Título Original: The DUFF

Bianca Piper não é a garota mais bonita da escola, mas tem um grupo leal de amigas, é inteligente e não se importa com o que os outros pensam dela (ou ela acha). Ela também é muito esperta para cair na conversa mole de Wesley Rush - o cara bonito, rico e popular da escola - que a apelida de DUFF, sigla em inglês para Designated Ugly Fat Friend, a menos atraente do seu grupo de amigas.

Porém a vida de Bianca fora da escola não vai bem e, desesperada por uma distração, ela acaba beijando Wesley. Pior de tudo: ela gosta. Como válvula de escape, Bianca se envolve em uma relação de inimizade colorida com ele. Enquanto o mundo ao seu redor começa a desmoronar, Bianca descobre, aterrorizada, que está se apaixonando pelo garoto que ela odiava mais do que tudo.

Resenha:

A maioria das pessoas faria de tudo para evitar ser uma Duff. Mas Bianca Piper não é a maioria...

Meu primeiro contato com Duff foi por conta do filme, que tem Robbie Amell e Bella Thorne - dois atores que acompanho e gosto bastante - no elenco. Gostei do longa e, a partir daí, fiquei com vontade de ler o livro que originou a adaptação, mas na época, ele ainda não havia sido publicado no Brasil, então precisei esperar até que isso ocorresse. Como sempre, fui adiando a compra do livro até que o ganhei em uma promoção do Skoob e assim que o exemplar chegou e eu tive tempo, corri para lê-lo.

Primeiro preciso fazer uma comparação entre o livro e o filme. Os dois têm a mesma essência mas, ainda assim, muitas diferenças. Enquanto o filme segue mais para o lado comédia romântica e teen - o que não é ruim -, o livro une isso com uma dose de drama. Repetindo, o filme é bom e diverte, mas após ler o livro pude ver o quanto ele se sobressai, deixando a adaptação um pouco vazia, até. O livro consegue trabalhar não só as inseguranças de Bianca, mas também as de Wesley, enquanto o filme trata ambas situações quase que superficialmente. É fácil se identificar com a protagonista, você já torce por ela praticamente a partir do primeiro capítulo porque as situações que Bianca enfrenta são reais e qualquer pode passar (ou já passou) por momentos iguais. Mesmo que ela insista que ser tratada como Duff não a incomoda, é óbvio que fere, sim.

Além disso, temos ainda um plot familiar trabalhado aqui e que foi invertido no filme. Enquanto na adaptação, Bianca vive com a mãe; aqui ela mora com o pai, pois o casamento dos pais está ruindo e a mãe está viajando. A situação envolvendo os três é bem densa e Kody soube trabalhar muito bem esses momentos. A única coisa que me incomodou no livro foi o fato de Bianca começar a se afastar das amigas e mentir para elas. Omitir determinados fatos eu até entendo pois existem coisas que não contamos para ninguém, mas mentir para esconder tais segredos e afastá-las foi um pouco demais, pois Casey e Jessica sempre a apoiaram desde o início, e isso fica claro mesmo que a história seja narrada em primeira pessoa.

Wesley, assim como Bianca, consegue criar uma identificação com o leitor, mesmo que pareça babaca no começo (e seja mesmo!). É o típico garoto popular mas cheio de problemas familiares, e em vários momentos me identifiquei com falas ou ações dele. Como eu já disse, no filme, suas histórias pessoais não são bem desenvolvidas e ele é apenas mais um garoto que discute com os pais ás vezes. Com esse aprofundamento em ambos personagens, a identificação que o leitor cria com eles é bem rápida, o que nos leva ao ponto de shippar os dois e esse envolvimento apenas sexual, inicialmente. Além de Wesley, temos ainda Toby, para formar o famoso triângulo. Felizmente, não é algo que cause raiva pois a autora sabe trabalhar até esse personagem - mesmo que não com a mesma intensidade de Bianca e Wesley - e o triângulo em si ocupa poucas páginas.

Definitivamente, Duff merece ser lido! A autora abordou questões importantes e que nos fazem pensar, mas de uma maneira leve e simples. A escrita é fluída e o livro é um daqueles que você leva para todo lugar e não quer soltar nem para comer. Ela também nos ensinou que devemos nos amar e não devemos ligar para opiniões alheias, afinal, seja você magro, gordo, alto, baixo, sempre vai haver um termo para a sociedade lhe rotular, seja verdade ou não. E essa é uma lição que muitas pessoas ainda precisam aprender para serem felizes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário