segunda-feira, 18 de abril de 2016

[Crítica] Shadowhunters - 1ª Temporada

Status: Renovada
Duração: 42 minutos
Nº de episódios: 13 episódios
Classificação: 3/5 estrelas
Exibição: 2016
Emissora: Freeform / Netflix

Clary Fray acaba de se matricular na Academia de Arte do Brooklyn. Em seu aniversário de 18 anos, ela descobre que é uma Caçadora de Sombras, um ser humano meio anjo, que tem como tarefa proteger os humanos de demônios. Naquela noite, a mãe de Clary, Jocelyn Fray, é raptada por Valentine, um antigo Caçador de Sombras desonesto, que criou seu próprio "Círculo".

Com sua mãe ausente, Clary se volta para Luke, o namorado de Jocelyn, e a única pessoa na qual ela confiava, mas acaba sendo traída. Clary se junta com um bando de Caçadores de Sombras para salvar sua mãe e descobre poderes que ela nunca soube que possuía. Clary é lançada no mundo de caça aos demônios junto de seu melhor amigo, Simon Lewis, e do misterioso Caçador de Sombras, Jace, que é acompanhado por seus irmãos adotivos, Isabelle e Alexander Lightwood. Agora vivendo entre fadas, feiticeiros, vampiros e lobisomens, Clary começa uma jornada de autodescoberta enquanto aprende mais sobre seu passado e percebe como poderá ser seu futuro.

Nota: Essa crítica conterá spoilers da série e dos três primeiros livros da série. Leia por sua conta e risco!

Crítica:

Um mundo oculto está prestes a ser revelado.

Desde o anuncio de que a ABC Family havia comprado os direitos da adaptação de Os Instrumentos Mortais, eu estava ansioso para ver como tudo ficaria com essa segunda chance que os livros receberam para outra mídia. Depois de muita espera (o anuncio da emissora foi feito em Maio de 2015), eis que em Janeiro de 2016, a série enfim estreou. O primeiro episódio, apesar das mudanças óbvias, foi bom e passou a impressão de que seria uma boa adaptação. Infelizmente, essa promessa ficou apenas no papel.

Primeiro, sobre a história. Como eu disse na review do Piloto, a mudança de idade dos personagens - nos livros, eles têm entre 15 e 17 anos, enquanto na série todos estão na faixa dos 18 - foi benéfica, pois assim assuntos "mais fortes" poderiam ser abordados. Também foi um acerto introduzirem plots dos dois primeiros livros nessa temporada inicial, pois Cidade dos Ossos é um pouco raso nesse quesito. Mas nos episódios finais começaram a ser incluídos momentos de Cidade de Vidro sendo que muito de Cidade das Cinzas nem tiveram chance de aparecer, o que apressou vários acontecimentos - como a volta de Jocelyn já nesta temporada - e que deverá afetar vários plots futuros, como o "parentesco" de Clary e Jace.


E mesmo com essa mistura dos três primeiros livros, alguns episódios foram muito parados e não deixavam o telespectador animado para o próximo. Um bom exemplo disto é o décimo, que mostrou uma realidade paralela onde Clary e Jace namoravam sem nenhum impedimento e Valentine era um pai exemplar. Apesar de ser um episódio engraçado e feito para os fãs, pouco acrescentou para o "plano real" e ficou claro que foi um episódio filler, apenas para enrolar e fazer com que os 13 episódios programados ocorressem.

Já com a escalação dos atores e composição dos personagens, a série também teve seus acertos e erros. Na primeira categoria, podemos citar Matthew Daddario e Emeraude Toubia. Além dos atores incorporarem perfeitamente Alec e Izzy e expressarem muito bem a ligação dos irmãos, a série ainda deu grande enfoque aos dois - coisa que o filme não fez, focando apenas em Clary e Jace. E mesmo com todo o plot de Clary em tentar achar um jeito de trazer a mãe de volta, os produtores investiram os plots mais pesados em Izzy. Além de péssimo relacionamento com Maryse, ela ainda precisou mudar seu jeito de se vestir, quase foi exilada do mundo dos shadowhunters, dentre outros problemas. Alec também mostrou uma lado meio sarcástico, inexistente nos livros.


Alberto Rosende e Harry Shun Jr. também foram ótimos como Simon e Magnus. O primeiro incorporou todo o jeito do personagem, além de lhe dar um novo tom um pouco dark, já que a série levou a transformação do personagem para esse lado; enquanto Harry roubou todas as cenas que Magnus participou. A mudança de profissão de Luke (agora um policial) também foi positiva, pois resultou em algumas novas e ótimas cenas.

Mas o mesmo não aconteceu com Katherine McManara e Dominic Sherwood. Adoro os dois, mas, em um geral, suas cenas foram medianas e pouco convincentes. Lily Collins e Jamie Campbell Bower conseguiram captar a essência dos personagens melhor. E mesmo a Clary da série ser mais destemida do que a do livro em alguns momentos, é claro a má construção da personagem e de Jace no seriado, o que os tornou rasos. Prova disso são comentários nas redes sociais de vários telespectadores que não leram os livros dizendo que preferem Izzy e Alec do que os dois. E isso foi crucial para a Season Finale, que além de ser bem abaixo do esperado, exigiu muito de Dominic, que não conseguiu passar um terço do conflito interno que Jace estava sofrendo com as descobertas que fez. Valentine foi outro prejudicado, pois mesmo sabendo que ele é mau, vemos todo seu poder de persuasão nos livros, enquanto na série ele é simplesmente um vilão - que quase não causa revolta com suas maldades, aliás.


O desenvolvimento dos romances também teve seus altos e baixos. Enquanto a química de Malec esteve visível desde a primeira cena, a de Clace demorou a acontecer e só conseguiu me convencer (e muitos outros fãs) após o sétimo episódio. Como nos primeiros livros não tivemos muitos momentos Malec, todos os criados na série foram bons e iam nos deixando mais ansiosos para o episódio dedicado aos dois. E apesar de toda a felicidade que este resultou no fandom, também perdemos várias cenas que seriam engraçadas, como a do chupão que Jace vê no pescoço de Alec no segundo livro, que dificilmente acontecerá agora que o relacionamento não é mais segredo. Também achei interessante os roteiristas deixarem claro que o problema de Maryse no namoro dos dois é pelo fato de Magnus ser um feiticeiro, e não por ele ser um cara. Em uma entrevista, os criadores disseram que Cassandra falou para eles que Malec era muito importante para os fãs e para ela, e foi bom ver que eles conseguiram incluir bem o relacionamento na série.

Iniciar a interação entre Sizzy, que é outro casal que demora a acontecer nos livros, também foi um acerto. Ainda não tivemos nada concreto (como um beijo), mas as insinuações começaram desde o segundo episódio - mesmo que Izzy estivesse mais provocando do que realmente interessada em Simon. Ainda no episódio Malec tivemos uma cena onde Izzy foi pedir ajuda de Simon para montar uma despedida de solteiro para Alec, mostrando que, assim como nos livros, primeiro uma amizade será criada entre os dois para só depois termos algo a mais. Só espero que esse "algo a mais" não demore muito, pois Sizzy é meu casal preferido e quero logo cena dos dois, haha. A série também introduziu alguns elementos de As Peças Infernais, mas como ainda não li a trilogia, prefiro não comentar sobre eles.

E, por fim, mas não menos importante, os efeitos especiais. Muita gente reclamou e realmente muitos foram ridículos (como os demônios do Piloto e aquele sangue de anjo da Season Finale que mais parecia suco de Tang), porém entendo que além da emissora não ter um orçamento muito grande, eles tiveram medo de investir muito e não ter retorno como aconteceu com o filme. Acredito que como esta temporada fez "barulho" nas redes sociais e a Netflix agora está envolvida na produção, este quesito possa melhorar. E torço para que a atuação da Kat e do Dom também!

No geral, apesar de ser uma adaptação com mais erros do que acertos, confesso que me apeguei à Shadowhunters. Por isso, espero que a próxima temporada seja muito melhor em questão de atuação, produção, roteiro, efeitos etc. Tempo para pensar os criadores têm de sobra, já que a 2ª temporada só estreia em Janeiro de 2017. E você, gostou da adaptação? Vai continuar com a série ou abandonou após esta temporada? Comenta aí abaixo! ;)

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No blog também estão disponíveis as resenhas dos três primeiros livros da série, Veja abaixo:

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